2016
Sistema é constituído por dois lasers que penetram a vegetação até o solo.
Um sistema de monitoramento a laser promete ser de grande valia para a natureza. A tecnologia, conhecida como Light Detection And Ranging (Lidar), ou só “método de perfilamento a laser”, possibilitará a contagem de árvores na Unidade de Conservação da Natureza (UCN) Beberibe, inserida no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife.
Ainda em fase estudo pela gestão municipal junto à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional (Fadurpe), a tecnologia consegue captar imagens individuais de árvores a uma taxa de até mil pulsos por minuto, permitindo aos estudiosos criar um mapa tridimensional de alta resolução da estrutura física, química e ótica da floresta.
De acordo com a assessora de avaliação de elaboração de projetos da Fadurpe, Mariana Pessoa, a tecnologia apresenta outras vantagens, a começar pelo custo e tempo. “Ao se ter uma maior facilidade de processamento e análise, mais rápido o plano de manejo de uma determinada área, no caso da UCN Beberibe, será elaborado. E isso, claro, diminui os custos, já que não vai ser preciso contratar pessoal para ir até a unidade de conservação para fazer uma análise manual da área, o que chega até ser um método já um pouco atrasado”, avalia.
A tecnologia é constituída por dois lasers que penetram a vegetação e chegam até o solo, retornando com informações sobre a estrutura florestal. Dependendo da altitude do avião onde o “Lidar” é transportado, os sensores podem mapear a floresta com resoluções que variam de dez centímetros a um metro, o que torna possível analisar detalhadamente a diversidade vegetal.
“Além da vegetação, essa tecnologia também é muito eficiente para captar informações sobre a estrutura, elevações e relevos do solo, a biomassa da floresta, bacias hidrográficas e hidrovias e até a quantidade de carbono armazenada na vegetação e no solo”, detalha o professor doutor em Engenharia Florestal da UFRPE, Emanuel Araújo.
Ele explica que, apesar do laser não ser uma tecnologia nova, sua utilização no setor florestal brasileiro ainda é um projeto piloto. “Como a ideia é medir cada uma das características que precisamos, estamos em fase de estudo inicial para que, ao longo do ano, desenvolvamos algumas tecnologias novas que atendam às necessidades para se fazer um plano de manejo. Mas, para que isso vá para frente ainda teremos que ir atrás de recursos”, esclarece Araújo.
Fonte: Folha de Pernambuco